terça-feira, 24 de junho de 2008

SUBSTITUIÇÃO DO USO DE SACOLAS E SACOS PLÁSTICOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS
LEI Nº 7627 de 12 de maio de 2008.

DISPÕE SOBRE A SUBSTITUIÇÃO DO USO DE SACOLAS E SACOS PLÁSTICOS NAS INSTITUIÇÕES QUE MENCIONA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

O Prefeito Municipal de Florianópolis faz saber que a Câmara de Vereadores aprovou e ele sanciona a seguinte Lei:

Art. 1º As empresas de direito público e privado, com atuação no município de Florianópolis, que utilizam sacolas e sacos plásticos para o acondicionamento e transporte de produtos e mercadorias em geral, incluindo-se lixo, deverão substituí-los por sacolas e sacos ecológicos, conforme o disposto nesta Lei.

Parágrafo Único - Entende-se por sacolas e sacos plásticos qualquer invólucro manufaturado com resina petroquímica, excetuando-se as embalagens originais das mercadorias.

Art. 2º As sacolas e sacos ecológicos são aqueles ambientalmente corretos, confeccionados prioritariamente com papel, tecido ou material oxi-biodegradável.

Parágrafo Único - O plástico, quando contido na composição das sacolas e sacos ecológicos, não deve impactar negativamente na quantidade do composto, bem como no meio ambiente.

Art. 3º As sacolas e os sacos plásticos devem atender aos seguintes requisitos:

I - degradar ou desintegrar, por oxidação em fragmentos em um período de tempo não superior a dezoitos meses; e
II - biodegradar, tendo como resultado CO2, água e biomassa.

Parágrafo Único - Os produtos resultantes da biodegradação não poderão ser tóxicos ou danosos ao meio ambiente.

Art. 4º A substituição a que se refere o art. 1º desta Lei deverá ocorrer, em todas as empresas, das seguintes formas:

I - quarenta por cento em quatro meses;
II - oitenta por cento em oito meses; e
III - cem por cento em um ano.

Art. 5º Os estabelecimentos de que trata esta Lei, dentro do prazo de substituição a que se refere o art. 4º, deverão manter disponíveis aos seus clientes bolsas, sacolas, sacos ou cestas confeccionadas com material resistente e biodegradável para o uso continuado na acomodação e transporte dos produtos adquiridos.

Art. 6º VETADO

Art. 7º Fica autorizado o Poder Público, através da administração direta e indireta, a promover campanhas de conscientização acerca dos danos causados pelas sacolas e sacos plásticos, bem como os ganhos ambientais da utilização do plástico oxi-biodegradável ou biodegradável, por meio de convênios e parcerias com organizações não-governamentais e congêneres sem fins econômicos.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Florianópolis, aos 12 de maio de 2008.

DÁRIO ELIAS BERGERPREFEITO MUNICIPAL

Seminário Marketing 360°


O seminário é um evento realizado pelo site Mundo do Marketing anualmente com o objetivo de promover informação e conhecimento aos profissionais deste mercado. Nesta terceira edição, o Marketing 360º é um grande fórum de discussões que mostra as melhores práticas do mercado e tendências para o setor no Brasil, reunindo os principais profissionais de marketing do mercado.

O site realizou o II Seminário Marketing 360º no Rio de Janeiro, em maio de 2007, com o case da Unimed-Rio, casos de sucessos de diversas grandes empresas nas palestras sobre Construção e Gestão de Marca, Comportamento do novo consumidor, Trade Marketing e Decisão no Ponto de venda e Aquisição, Retenção e Fidelidade de Clientes. O II Marketing 360º teve patrocínio da MarketData, co-patrocínio da PromoOffice e o apoio da Casa da Criação, da ABMN, Abap, da ADVB e da Ampro.

Os palestrantes foram Marcelo Giannubilo, Superintendente de Marketing da Unimed-Rio, Jaime Troiano, Sócio-Diretor da Troiano Consultoria de Marca, Karina Milaré, Diretora da TNS InterScience, Christopher Montenegro, Sócio da POP Marketing e Prof. da FGV e Christiano Ranoya, Diretor de Novos Negócios da MarketData para a América Latina.

O primeiro Marketing 360°, patrocinado pela Rio360 Comunicação e pela Selulloid Ag, realizado em parceria com a UniverCidade e com o apoio da ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, levou para o Rio de Janeiro a oportunidade de profissionais e estudantes da área conhecerem ações e casos de sucesso.

O seminário obteve 98% de aprovação entre os participantes e contou com a participação de Riane Pontarelli, então Incentive House, Cláudio Henrique, então Sellulloid AG, Risoletta Miranda, da Addcomm, Eliana Santa Rita, então Rio360, e Alberto Cerqueira Lima, da Copernicus.

Comportamento do consumidor dita mudanças no varejo

Por Thiago Terra
Mundo do Marketing - 28/5/2008

O comportamento do consumidor é motivo de inúmeras pesquisas, palestras e seminários hoje em dia. O resultado destes estudos mostra a dificuldade que as empresas têm em entender o consumidor quando ele está diante de uma gôndola. Além da mídia tradicional, a moda e a tecnologia são consideradas as novas influências de compra, mas nem sempre serão decisivas para o consumidor.

No mercado varejista os produtos são oferecidos de forma cada vez mais direcionada e eficaz no ponto-de-venda. Neste cenário, é importante que a empresa deste setor ofereça experiência de compra através da interatividade com comprometimento nos serviços e ter no conceito de marca a identidade da empresa.

Muitas vezes, o consumidor que entra na loja já estabeleceu o que ele quer comprar, as marcas que mais gosta e os produtos que cabe ou não em seu bolso. Em palestra sobre a Antropologia do Consumo e o Comportamento do Consumidor, realizada pelo Centro de Desenvolvimento Empresarial do Senac Rio, Simone Terra (foto), consultora especialista em Marketing Estratégico e Varejo do SENAC Rio e Diretora da Simone Terra Soluções de Mercado, apresentou as características, cultura e o comportamento do consumidor no varejo.

Assim como cada região do Brasil e do mundo tem a sua cultura e costumes característicos, no varejo não é diferente. Rio de Janeiro e São Paulo, os principais mercados do país, apresentam diferenças que vão além do PDV. Para entender estes públicos é preciso primeiro saber o que eles gostam e estudar o hábito de compra de cada um.

Decisão de compra

Comprar um produto não é tão simples quanto parece. A decisão é feita com base em motivos pessoais, emoções ou apenas preço. Outra variante que pode determinar a escolha na gôndola é a relação do consumidor com a marca, comportamento cada vez mais comum no varejo do Brasil e do mundo.

De acordo com Simone, o consumidor pode ir ao ponto-de-venda pensando em comprar uma marca de cerveja, mas ao ver o preço mais baixo da concorrente ele poderá comprá-la tranqüilamente, principalmente se o consumidor final seja alguém de fora da família, como convidados para uma festa, por exemplo.

Após um estudo feito pela consultora associada do Senac Rio, ficou claro que alguns clientes que se diziam consumidores de Coca-Cola compravam um produto similar, mais barato, porém respondiam pesquisas como consumidores assíduos do produto. “O comportamento de compra é influenciado por diversos fatores existentes no ponto-de-venda”, explica Simone Terra.

Onde está a globalização?

O comportamento do consumidor surpreende os estudiosos a cada minuto. Um efeito colateral da globalização fez os mercados varejistas se depararem com a procura pela customização e por produtos cada vez mais personalizados. Apesar dos mercados diferentes em cada região do país, a globalização chegou ao consumidor de cabeça para baixo. É comum ver pessoas procurando cada vez mais individualidade nas compras e em produtos segmentados e customizados de acordo com seu perfil.

De uma forma geral, o consumidor passou a valorizar o produto que é seu, de seu estado, de sua cultura e da sua região. Segundo Simone Terra, o consumidor de São Paulo passou a valorizar mais a eficácia e a organização enquanto o carioca valorizou ainda mais a informalidade e a gentileza. “O curioso é que a cultura e a identidade dos povos de cada região do Brasil e do mundo se fortaleceram após surgir um movimento de padronização”, conta a especialista em entrevista ao Mundo do Marketing.

A não-globalização que ocorreu no varejo do mundo inteiro se reflete em um hábito incomum, até então, dos consumidores brasileiros que é buscar o varejo nas ruas e não nos shoppings. Prova disso é o aumento na procura pelos comércios de rua em São Paulo e no Rio de Janeiro por consumidores que pretendem construir o seu vestuário de acordo com o seu gosto.

Mudando o conceito para atrair o públicoUm segmento que apresenta notável mudança de conceito para atender o maior número de necessidades do consumidor é o de farmácia. Diversas redes de drogarias adotaram um mix diversificado de produtos dentro das lojas e hoje vendem até alimentos. No Brasil, segundo Simone Terra, existem dois movimentos muito fortes e um deles é o modelo de drugstore americana.

“Hoje a maioria das bandeiras do segmento farma popular vendem diversos produtos como chinelo, bateria, pilha, entre outros e este é o modelo americano”, afirma Simone Terra. O outro movimento que ganha força no país é o Beauty, ligado à beleza e à valorização da saúde.

Porém, no Brasil já há uma tendência de fusão dos dois movimentos onde farmácias ampliam o mix de produtos e, ao mesmo tempo, desenvolvem a área beauty. “A rede de Drogarias Onofre ampliou o mix de produtos de beleza. Lá eles vendem secador de cabelos, alisador, maquiagem e cosméticos. Redes como Drogasil tem uma parte de beleza e um mix de conveniência”, explica.

Varejo mostra outras faces

Além das farmácias, o mercado de eletroeletrônicos também passou por uma reorganização no conceito que, para Simone Terra, é bem-vinda e tardia. “Com a entrada da Fast Shop neste mercado, vimos o setor oferecer experiência de compra em pontos-de-venda interativos”, diz. Outro setor que percebeu a necessidade de inovar foi o de hipermercados. Após uma mudança na logística, as empresas que têm boa imagem de preço criaram pequenos estabelecimentos projetados para atender uma quantidade reduzida de consumidores com o objetivo de estar mais perto deles.

Além das adaptações no conceito e na estrutura de supermercados para atender de forma mais completa e eficiente, outra novidade do varejo nacional baseada no modelo estrangeiro são os mercados que oferecem marca própria ou produtos que encabeçam a lista dos mais vendidos. “Este formato já existe em São Paulo, que é o Dia%. Finalmente começamos a ter este tipo de loja que permite ao público de baixa renda comprar um iogurte, por exemplo”, completa Simone Terra.

Google é a marca com melhor reputação nos EUA

Meio & Mensagem - 24/06/08

Pesquisa da Harris Interactive apontou as empresas com melhor reputação junto aos consumidores norte-americanos, avaliando quesitos como finanças, produtos, serviçois, apelo emotivo e reponsabilidade social

Pesquisa da Harris Interactive apontou as marcas com melhor reputação no mercado norte-americano em 2007. A liderança é do Google, que tem um Quociente de Reputação de 81,85. O índice avalia a percepção do consumidor sobre as empresas sobre a força financeira, qualidade dos produtos, serviços, apelo emocional, responsabilidade social e outros.

As empresas que apresentaram as melhores altas na reputação em relação a 2006 foram HP/Compaq, Berkshire-Hathaway, Intel, McDonald´s, Verizon, Apple, BP, Southern Airlines e Google. As maiores quedas foram de Bank of America, Haliburton, Wal-Mart, Sears, Nike e DaimlerChrysler.

Confira as dez primeiras colocadas:

1) Google
2) Johnson & Johnson
3) Intel
4) General Mills
5) Kraft Foods
6) Berkshire-Hathaway
7) 3M
8) Coca-Cola
9) Honda Motor
10) Microsoft

Restaurante popular eleva preço em 15% e clientela diminui

Valor Online - Beth Koike - 24/06/2008

Quem circula pelo centro de São Paulo logo percebe na porta dos restaurantes populares as alterações dos preços do "prato feito" (mais conhecido como "PF") e do "comercial", normalmente recheados com muito arroz, feijão e carne, alimentos que nos últimos 12 meses tiveram altas de 32%, 113% e 26%, respectivamente, segundo o IPC-Fipe. Além disso, entre as carnes bovinas, os maiores reajustes no período foram verificadas nos cortes considerados menos nobres. O filé mignon, por exemplo, aumentou 24% contra 37% do acém.

Diante da importância desses alimentos na composição do "PF", a alta no preço dos alimentos está afetando com mais intensidade o bolso da população menos abastada. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), as refeições fora de casa voltadas para a classe popular tiveram um reajuste de preço de até 15% nos últimos seis meses.

Já entre os restaurantes que servem à la carte, por quilo e também nos mais sofisticados o aumento foi de aproximadamente 5%. Em alguns casos nem houve repasse. "Nas refeições tipo 'PF' o peso do arroz, feijão, farinha e carne é maior. Além disso, a margem dos restaurantes populares é pequena e não dá para segurar tanto o preço como nos estabelecimentos sofisticados", explica Paulo Solmucci Júnior, presidente-executivo da Abrasel.

O músico Renato Barros Pereira, 39 anos, é um dos que está sentindo o aumento do preço nos restaurantes que freqüenta na capital paulista. Ele almoça diariamente num local cujo prato atualmente custa R$ 4,90. Há um mês, ele desembolsava R$ 4,50. "Aqui era um dos locais mais em conta, com uma comida boa e ambiente limpo. Mas já teve aumento e no fim do mês essa diferença pesa", reclama Pereira. "No outro restaurante que também vou, eles aumentaram de R$ 5 para R$ 5,50", complementa.

No restaurante Paiol, também no centro de São Paulo, a refeição saiu de R$ 6,99 para R$ 7,99. "O ideal seria aumentar para R$ 10, mas se eu fizer isso a clientela vai embora. Parece pouco pagar R$ 1 a mais pelo almoço, mas no fim do mês essa diferença pode ser equivalente a uma conta de luz", diz João Vale de Cera, gerente do Paiol, que amargou uma queda de 10% no número de fregueses após reajustar o preço. Os restaurantes Azuzinho e NJ freqüentados por Pereira também tiveram redução de cerca de 10% na clientela.

O gerente do restaurante Paiol acredita que esses clientes perdidos agora trazem marmita de casa ou optam por salgados, como coxinha, com preço mais em conta.

O Habib's, que vende 30 milhões de esfihas por mês, elevou seus preços entre 5% e 7% há cerca de um mês. Na primeira semana, a rede com 330 unidades teve uma retração de 2% a 3% nas vendas, que já foi recuperada. "Estamos absorvendo a maior parte do impacto da alta dos alimentos. Não dá para repassar tudo porque corremos o risco de perder clientes", afirmou Mauro Saraiva, diretor de produção e logística do Habib's.

No restaurante e pizzaria Vera Cruz, que também possui uma padaria na zona leste de São Paulo, foi repassado um aumento médio de 12%. "O saco de 50 quilos da farinha era R$ 56 e agora custa R$ 94. Preciso repassar algo", diz Luiz Antonio Gonçalves, sócio da Vera Cruz, que serve diariamente 100 pizzas.

O aumento no preço dos cardápios está afetando principalmente os estabelecimentos populares, mas ao que tudo indica caminha para chegar também à mesa da classe média. "Os restaurantes que aumentaram 5% devem chegar ao fim do ano com um reajuste de 8%", afirma o presidente da Abrasel. A opinião é compartilhada pela ECD, consultoria especializada em food service que realizou uma pesquisa com 40 restaurantes de São Paulo voltados para a classe média. "A maioria ainda não elevou seus preços porque tinha medo de perder clientes, mas como estão perdendo muita margem, informaram que vão reajustar seus preços no próximo mês", explicou Enzo Donna, sócio da ECD. Segundo o IPC-Fipe, a alimentação fora do domicilio aumentou 12,2% entre junho de 2007 e maio de 2008.

Já as redes de restaurantes e fast foods como McDonald's, Spoleto, Almanara e o mineiro Villa Rizza informaram que não aumentaram seus preços e não têm previsão de fazê-lo. "Não reajustamos nada, apesar de a nossa principal matéria-prima ter tido aumento de mais de 130%. Acreditamos que o preço vai baixar na próxima safra", explicou Gianni Carboni, sócio do Spoleto.

Tetra Pak investe R$ 80 mi em fábrica de SP



Valor Online - André Vieira - 24/06/2008


Com a visão de sustentar o crescimento de sua produção para os próximos anos, a Tetra Pak anuncia hoje um investimento de R$ 80 milhões em sua fábrica de Monte Mor (SP), o valor mais alto aplicado pela companhia de origem sueca no país desde a construção da sua segunda unidade em Ponta Grossa (PR), ocorrida no início desta década.

A fabricante importará dois novos equipamentos - uma impressora e uma laminadora, a máquina capaz de montar as folhas das embalagens tipo longa vida, formadas por papel cartão, alumínio e plástico.

Os equipamentos, que elevarão a capacidade de produção da empresa no país em 25%, devem começar a operar até a metade de 2009, concluindo a última etapa de ampliação da fábrica, aberta em 1978. A Tetra Pak empregará mais 69 pessoas na unidade.

"É uma grande expansão no nosso setor. Vamos passar a produzir 15 bilhões de embalagens por ano", disse o executivo Paulo Nigro, de 47 anos, presidente da subsidiária brasileira. De volta ao país desde abril de 2007, depois de quase uma década comandando as subsidiárias da Tetra Pak no Canadá e Itália, Nigro expôs ao Valor o plano estratégico da empresa para os próximos cinco anos.

"Meu desafio é colocar essa empresa em um novo patamar", disse Nigro. A subsidiária brasileira - que produziu mais de 12 bilhões de embalagens em 2007, perdendo em volume apenas para a operação da companhia na China - é considerada um dos exemplos de sucesso do grupo.

Em 1990, um ano antes de Nigro ingressar como gerente de vendas na empresa, a operação local faturava US$ 50 milhões. Em 2007, o número saltou para US$ 1,5 bilhão. Boa parte deste crescimento é creditada a Nelson Findeiss, o primeiro brasileiro a comandar a empresa sueca no país no início dos anos 90.

Foi quando o uso de embalagens longa vida se disseminou no país, principalmente no mercado de leite, habituado a comercializar o produto em sacos plásticos, sujeitos a rasgos e vencimento mais curtos no prazo de validade. Das quase 10 bilhões de unidades vendidas hoje no mercado interno, mais da metade representam o mercado de lácteos.

Nigro, que sucedeu Findeiss ao longo do ano passado também nos cargos de responsável pelas operações da empresa na América do Sul e Caribe, avalia que o consumo per capita ainda é baixo. "São 25 litros por habitante. É simplesmente nada diante do potencial de crescimento", disse o executivo.

Mas otimista com a perspectiva para a economia brasileira, Nigro conseguiu medir o termômetro dos clientes na Fispal, a feira de alimentos, realizada em São Paulo no início deste mês. "No meio da feira, ninguém teve preocupação com o anúncio do aumento de juros", disse, acrescentando que a empresa firmou contratos recordes com clientes durante a feira.

A fabricante assinou US$ 90 milhões em acordos para o processamento e empacotamento de produtos para os próximos 12 meses - o valor no período anterior havia somado US$ 50 milhões. "Estamos aumentando a produção no momento adequado", disse. "A falta de capacidade de produção é o pior de todos os concorrentes." A idéia é que a demanda seja atendida em três anos com a nova capacidade. Caso necessite, parte das exportações, que hoje representam cerca de 25% do volume produzido, poderão ser direcionadas ao mercado doméstico.

Mas, além da expansão da fábrica, a Tetra Pak contratou gente para lidar com os clientes (que inclui engenheiros de alimentos e microbiologisas) e abriu vagas para busca de mais profissionais para sustentar o crescimento. Além disso, a fabricante decidiu focar em regiões de grande potencial, onde o consumo de embalagens é menor, e desenvolver novos produtos.

Segundo Nigro, a idéia é resgatar a fórmula de regionalização dos escritórios comerciais, como já aconteceu até meados dos anos 90. Ele conta que essa estratégia no passado fez surgir novos produtos para serem embalados. Foi o caso dos sucos de frutas ou à base de soja, tomates e outros produtos sólidos. Mas a empresa mudou seu foco e decidiu centralizar essas áreas de desenvolvimento em seu escritório central, em São Paulo.

Agora, os escritórios regionais, oito ao todo, espalhados pelas principais capitais, além do Paraguai (que faz parte da operação brasileira), incluem também técnicos das áreas de projetos, engenharia e gestão de vendas, todos voltados ao suporte de clientes. As equipes de vendas e assistência técnica foram reforçadas nestas filiais.

Para capacitar uma quantidade maior de novos engenheiros e técnicos recém-contratados, a Tetra Pak "importou" uma academia de treinamento, que funcionava exclusivamente na Suécia. Antes havia a necessidade de enviá-los para a matriz. Com o centro de estudos avançados, o tempo de treinamento dos atuais 41 técnicos está sendo reduzido para um terço, ou oito meses. A dificuldade, segundo Nigro, tem sido em recrutar novos técnicos. "Temos 30 vagas em aberto, e estamos colocando anúncios em Portugal, Angola e Colômbia."